Por Lidia Bueno
Não é novidade que as animações tem como público alvo, as crianças. O universo da fantasia é capaz de encantar as mentes jovens e fazê-las sonhar com o impossível. No entanto, em certos casos, os adultos tornam-se os mais afetados, já que esses ainda carregam dentro de si a criança interior que também precisa de atenção. E é esse abraço infantil no espectador adulto que faz de Divertida Mente 2 um sucesso para todas as idades.
Ainda nos cinemas, a produção da Pixar retorna à mente de Riley, agora com 13 anos e cujas emoções passam pelos abalos da temida puberdade. Se a sala de controle já estava apertada com Alegria, Tristeza, Nojinho, Medo e Raiva, a jovem Railey - assim como o público - será sufocada pela aparição repentina de novas emoções que farão morada definitiva: Vergonha, Inveja, Tédio e a temida Ansiedade. Essa, que já chega com todo o futuro da pequena jogadora planejado… e ai se alguma coisa der errado.
O longa segue a dinâmica do primeiro filme, mas agora todas as emoções base são expulsas do controle e precisam retornar antes que o caos se instale completamente. Quem assume são os “arquétipos” típicos de um jovem em crescimento: a vergonha e a inveja daqueles que temos admiração, o tédio quando algo não sai como esperado e o medo do desconhecido, caracterizado pela necessidade de ter tudo sob controle e a sensação de que, se puder prever o que vai acontecer, tudo ficará bem. Assim Riley enfrentará uma nova escola, novos amigos e as confusões da adolescência.
O público terá a chance de viajar pela cabeça da jovem mais uma vez. O cenário, porém, não é tão mágico quanto antes, abalado pelas decepções do cotidiano e os típicos problemas que começam a criar raízes. Para os mais novos é uma aventura, para os mais velhos, é uma questão de identificação quando Riley começa a adotar comportamentos que não condizem com sua personalidade, influenciada por problemas emocionais que não entendemos, apenas sentimos. Conforme a trama avança, o espectador perde a conta de quantas vezes apontou para a tela do cinema e afirmou “é isso mesmo, eu sei o que ela está sentindo”.
Como no primeiro, a sequência não decepciona nos últimos minutos e mantém o ritmo frenético e de tirar o fôlego; literalmente, já que começamos a roer as unhas de ansiedade para que tudo fique bem. O final feliz ou triste passa a ser subjetivo, considerando que assim agem as emoções dentro da mente: cada uma do seu jeitinho.
Reserve um tempo e mergulhe no universo de Divertida Mente 2 sendo você criança, jovem ou adulto, já que essas emoções não têm idade e nos acompanham por toda uma vida.
Divertida Mente 2 está sendo exibido somente nos cinemas. Tempo de duração: 1h36 minutos. Classificação indicativa: Livre.